Habacuque foi um profeta de Judá, contemporâneo de Jeremias, Ezequiel, Daniel e Sofonias, que viveu no final do século VII a.C., período de queda do Império Assírio e ascensão da Babilônia. Após a morte do rei Josias, em 609 a.C., Judá voltou à idolatria e rebelião sob o governo de Jeoaquim.
Seu livro gira em torno de uma pergunta central: “Se Deus é bom, por que permite o mal?”. O profeta apresenta duas queixas a Deus (1.2-4 e 1.12–2.1) e recebe como resposta que Ele usaria a Babilônia para julgar Judá, mas também traria juízo sobre os babilônios por seus próprios pecados. Nesse contexto, Deus afirma uma das verdades mais marcantes da Bíblia: “o justo viverá pela fé” (2.4), lembrando que a confiança em Deus é a base para permanecer firme em meio às incertezas.
A mensagem principal é que toda a história está sob a autoridade e justiça divinas e caminha para o estabelecimento do reino eterno de Deus. O capítulo final é uma oração poética de confiança, onde Habacuque declara alegria e fé no Senhor mesmo diante da perda e da escassez (3.17-19), ensinando que a esperança do justo não depende das circunstâncias visíveis. Essa postura se conecta com o ensino de Paulo em 2 Coríntios 4.16-18, que exorta a olhar para a glória eterna que está por vir, apesar das aflições temporárias.